Entre os europeus (e velhos democratas) anti-Bush vai o desconsolo. E o desconsolo é inimigo da calma do bom raciocínio. É mais que sabido. Os neurónios funcionam a uma rapidez tal que correm o risco de cair abaixo do razoável. Agora, procuram-se
culpados, apresentem-se os
culpados, os
culpados pela desilusão.
Um companheiro da blogosfera, o meu estimado consócio Luís Nazaré, normalmente lúcido e fundamentado nas suas opiniões, mostra não se dar descanso enquanto não localizar os
culpados pela derrota de Kerry, com identificação dos grupos sociais, étnicos, confessionais, etários, económicos e por aí adiante que contribuíram para a
desilusão. Para já, propõe que se apure se a comunidade judaica norte-americana votou, como é suposto que votasse, no candidato democrata. Como se cada judeu americano não tivesse a liberdade de voto de qualquer outro cidadão. E a mesmíssima capacidade para mudar. Um judeu, um cidadão, uma opinião, um voto, como os outros, ou não? A que propósito vem a comunidade judaica? Os judeus são
carneiros ou
mais carneiros?
Se
isto fosse escrito uns dias atrás, a Clara
da Pluma Caprichosa tinha mais um nome para lhe chamar:
anti-semita. Agora, com toda a propriedade, digo eu. Embora tenha a plena convicção que o Luís Nazaré não é anti-semita, tanta como a certeza que não há bruxas.
E ainda a procissão vai no adro