Sexta-feira, 18 de Fevereiro de 2005

SIM, ZAPATERO

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Um dos factores que me motivam a acompanhar a acção do governo de Zapatero, é a sua mescla de medidas que ora se revelam firmes e inteligentes enquanto parece titubeante e frouxo noutras tantas. Ou o homem é mestre na arte de uma no cravo e outra na ferradura ou então tem uma natureza errática, controlada ou não. O certo é que, para dentro da sociedade espanhola e na cena internacional, Zapatero se afirma na dimensão de estadista. Veremos se passa as próximas provas, nomeadamente se vence o desafio do terrorismo, sem dúvida o mais difícil de todos porque, no caso, se trata de lidar com uma patologia assassina e para a qual a habilidade política é menos que suficiente.

Um membro do governo do PSOE do tempo de González foi condenado, em tribunal, por causa de uma fraude com apropriação em proveito próprio de dinheiros do Estado na lide com fundos destinados ao subsídio de acções ilegais no campo da segurança. Aproveitando a última vitória eleitoral do PSOE, uma vaga de aparelhistas liderada pelo próprio Felipe Gonzaléz, achou que haviam as condições para que o Governo aprovasse um indulto ao prevaricador. Ou seja, a redenção de um crime por mérito partidário. Zapatero não cedeu. E, por isso, ouviu todo o tipo de insultos que se seguiram à espiral de pressões. Mas Zapatero não cedeu. O que, suportando os custos intra-partidários, representa uma forma de regeneração do PSOE, limpando-o da lama da corrupção e do clientelismo partidário que fora uma imagem do gonzalismo e motivo principal do seu afastamento do poder.

Zapatero fez bem em não ceder. Dá-lhe o mérito da higiene política. Oxalá o exemplo prospere na família socialista onde quer que os seus membros tenham poder entre mãos. Também pela honestidade deve passar a linha divisória entre esquerda e direita.





publicado por João Tunes às 23:56
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2 comentários:
De João a 21 de Fevereiro de 2005 às 01:02
Completamente de acordo.


De BM a 20 de Fevereiro de 2005 às 17:30
Bravo por Zapatero: condição necessária para voltar a votar em Portugal- «códigos de conduta» dos partidos políticos. E novos comportamentos.


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