Quem sabe, faz a hora, não espera acontecer
(lembro eu como fundo de ouvir). Oiço e lembro-me que é hora de acontecer eu fazer a paz com a
lolita, deixando passados recentes de fábulas pouco edificantes com águias e dragões em disputas de somenos. Para mais, a
lolita tocou-me numa corda sensível:
Nara Leão. E isso não se perdoa a não ser com um obrigado que vá do sul do Tejo até à Rotunda da Boavista que, pelos vistos, é sítio de achamento de enamorados com rosas nas mãos e de enamoradas com ânsia de enfiarem anéis de noivado nos dedos. E se quanto às rosas acho bonito, sobretudo se forem vermelhas, essa de pregar anilhas nos outros como sinal de posse, já acho de gosto mais que discutível (por isso é que, sendo monogâmico militante, dispenso uso de qualquer anilha simbólica da fé professada). Mas adiante porque senão da paz nasce novo diferendo.
Bonito texto o da
lolita. Que, no caso, encaixa preferências e uma enorme saudade minha da voz mais profunda que faz os meus sons de fundo de vida. E faz-me recuar uns vinte anos, mais coisa menos coisa, em que a ouvi na Aula Magna. Ouvi, senti e vivi. Foi bom. Bonito. Para mais, ouvi-a em excelente companhia. Tão boa companhia, e com som tão bonito de fundo, que um dia destes eu hei-de explicar ao
meu Pedro que ele também deve algum favor à
Nara Leão por ter vindo ao mundo.