
O
British Bar, no Cais do Sodré, sempre foi um meu
lugar de culto, dentro de uma Lisboa a desaparecer, embora com ele tenha tido uma relação intermitente, nunca tendo adquirido estatuto de
habitual. Mas ainda hoje não lhe dispenso uma saltada desde que os meus caminhos andem por aquelas bandas e tenha ânimo para apetites de atravessar o rio. Ali, ainda se pode ler um livro. Ali, apetece conversar e não se queima o apelo do amigo com mais vagares que, perante uma tentativa de retirada, nos diz:
espera mais um bocadinho, já vais. Também lá se pode saborear o afago da solidão benigna porque o BB nos dá um fundo calmo e humano, propício ao navegar do pensar. Pelo muito que aquele espaço tem e porque até tem um relógio em que os ponteiro andam ao contrário dos outros.
Mas sobre o
British Bar, quase tudo está dito na evocação do
meu amigo Victor (e a quem roubei a foto do célebre relógio). Que muito bem refere, a propósito, outro amigo,
o compañero Pedro, o maior propagandista, que eu saiba, da excelência do sítio.