
Nos braços pantanosos, o crocodilo continua a habitar o Nilo. A representação e a sacralização do crocodilo é uma referência bastamente documentada e ilustrada (os egípcios divinizavam tudo o que temiam, como forma de combater os seus medos). Tinham até direito a mumificação.
Os núbios conhecem-no bem. Prestam-lhe culto, resquício do seu animismo que paganiza o islamismo importado. Quando os crocodilos-bébés nascem, os núbios recolhem-nos, levam-no para casa e tratam-nos como animais domésticos, metendo-os em aquários próprios que exibem como vaidade e afecto, assim sendo apresentados às visitas. Depois, quando crescidos e robustecidos por tratamento doméstico generoso, são devolvidos ao seu habitat.
Assim vistos, bem simpáticos que os crocodilos são.
(Foto de Pedro Tunes)