
Cinco dos dias de circuito albergaram-se num cruzeiro no Nilo. Ou seja, o hotel era um barco com todas as utilidades necessárias. Quarto estreito mas capaz, em tudo o resto não se notava que se estava sobre água. Com as vantagens da vista, sobretudo no piso superior em que as noites cálidas nos felicitavam pela calma do rio e das suas margens. No mais, serviço impecável, perfeita organização, boa gastronomia, simpatia a transbordar.
A instalação deu-se em Assuão (no Sul, a mil quilómetros do Cairo e perto do Sudão) no coração do Alto Egipto. Viu-se o que se pode ver. Subida do Nilo até Edfur e depois Kum Ombo. Novas sortidas em terra. Mais navegação até Luxor, a meio caminho entre Assuão e Cairo, e zona da maior concentração monumental. Verdade que este cruzeiro foi mais ponto de apoio hoteleiro que navegação mas ficou-me a sensação única de, deitado na minha cama, purificar os olhos com as margens do Nilo a correrem-me na vista.
Ficaram algumas saudades depois, quando, malas às costas, houve que apanhar o comboio para fazer os restantes quinhentos quilómetros até ao Cairo. Não por falta do Nilo que se iria reencontrar a embelezar o Cairo. Mas apenas porque ali se estava mesmo bem. É que, dentro do Nilo (deitado nele), a sensação é insubstituível.