
Sempre o futebol a fazer de primeira ponte e de BI. Já cansa. Antes suportável quando Eusébio era o rosto da lusitanidade. Mas agora
- De que país?
- Portugal.
- Ah,
Luís Figo!
Insuportável. Pior quando se repete vezes sem conta, por cada esquina, cada encontro e cada tropeção. Logo
esse. O
pesetero. Aquele que trocou o dever de camaradagem no sofrimento colectivo pelo amuo solitário em companhia de uma Senhora de Fátima de balneário. O tal que, segundo o meu amigo catalão Robert me repetia ainda este Verão, há-se viver inundado em dinheiro mas com o coração frio. Pois, o
galáctico.
Claro que os egípcios, abrindo as bocas em sorrisos de fivela a pronunciarem o nome de Figo, pensavam que assim me aqueciam o coração e coleccionavam mais uma amizade de circunstância. Nos rostos não se lêem as antipatias de estimação e de embirração.
Assim, o enfado tinha de ser contido. Mas a provocação estava feita e não podia ficar sem resposta. O remédio estava em atingi-los no seu próprio orgulho nacional.
- Figo? Não.
Sabri!
Claro que ali, o Sabri era tão conhecido como o Figo. A coisa compunha-se de imediato. Sabri era um dos deles e já foi meu (e guardo dívida de algumas alegrias). Os sorrisos eram finalmente partilhados. O nome de Sabri funcionava bem melhor para selar uma simpatia luso-egípcia. Sempre o futebol.
(Foto de Pedro Tunes)