![capt.sge.bjc66.130105193305.photo00.photo.default-389x272[1].jpg](http://agualisa.blogs.sapo.pt/arquivo/capt.sge.bjc66.130105193305.photo00.photo.default-389x272[1].jpg)
O que as sondagens me mostram e a audições de vozes soltas me revelam é:
- O PSD não tem margem de recomposição (para isso, precisavam que um maluco desse uma navalhada na perna de um cabeça de lista, e mesmo assim
).
- O CDS passa pelo intervalo da chuva sem se molhar (fixa o seu eleitorado de
extrema direita beta).
- O PCP só deve perder um ou dois deputados (vai haver baile e fados na Soeiro Pereira Gomes).
- O PS fica-se pela maioria relativa porque não há tempo suficiente para perder as eleições (a refundação do PSD só se vai dar depois das eleições).
- O Bloco de Esquerda cresce e bem, dentro da sua ordem de grandeza, através dos votos
em trânsito (obrigado Sócrates, obrigado Jerónimo).
- As forças de esquerda, no seu conjunto, esmagam o valor conjunto dos partidos de direita. Sociologicamente, o País é um pouco mais o que era antes.
Entre todos os perdedores, a ser como aqui se desenha, o
grande perdedor é Sócrates. Era o que tinha a bandeja mais recheada. Até para a oportunidade, talvez única, de sacar a
maioria absoluta para o PS. E o defeito é mais de Sócrates que do PS. Não tem carisma. Pior, passa a mensagem de arrogante, teimoso e autoritário. Não tem uma linha clara de política de resolução. Não evidencia coerência nem sensibilidade social (essencial para mobilizar o
povo de esquerda). Consegue esse quase milagre de equilibrar os votos que lhe entram pelo centro com os que lhe saem pela esquerda.
A previsível derrota de Sócrates e do PS (face às possibilidades de partida) tenderão a gerar mais paradoxos que factores de resolução. Com uma maioria relativa, incapaz de dar uma guinada que possibilite um entendimento com as extremas-esquerdas, fará o quê? Talvez seja a resposta a esta questão o que sobrará de mais interessante para animar o fim de Fevereiro e Março. Além dos espectáculos (que se presumem pouco dignificantes) da luta de punhais dentro do PSD. E o País?