O caso do Juiz Branquinho Lobo merece tratamento com economia e respeito, atendendo ao estado de saúde do senhor. Para mais, sofrendo de doença do foro psiquiátrico, tudo que se diga, em desabono, pode agravar-lhe o padecimento. E, por isso, não verbero que um Juiz considerado incapacitado, tanto que foi aposentado, sirva para excelente Director Nacional da PSP como entendeu o Dr. Pedro Santana Lopes. Se o foi ou não, isso sim, já é de interesse geral. Como saber se os préstimos justificam os honorários acumulados de aposentado com os de Director da PSP.
Mas o mais interessante, neste caso de recuperação de saúde por motivação de mudança de funções, é o depoimento prestado pelo próprio em que disse que adoeceu com a solidão do trabalho judicial e recuperou dos abalos depressivos através do convívio com que passou a beneficiar nas esquadras do País, quando das novas funções.
Já houve tempo de queixas sobre o ambiente cívico e os tratamentos dados nas esquadras portuguesas. Havia polícias a queixarem-se que tinham de atravessar a rua para irem fazer
xixi a um café da esquina, muitos foram os queixosos a dizerem de lambadas e caneladas injustificadas e abusadas cometidas por polícias de chanfalho ágil. Pelos vistos, a coisa mudou e muito. As nossas esquadras terão passado a ser centros de terapia anti-depressiva, sítios bons para convívio saudável, um local adequado para um banho de saúde mental. Óptimo. Que se inscreva nas malditas estatísticas europeias, onde andamos sempre lá para o fim, este indicador de qualidade civilizacional.
Já sei o que fazer se uma depressão me bater à porta: vou queixar-me na esquadra que me roubaram os atacadores dos sapatos, estou lá uma horinha a formalizar a queixa, eles vão-me dar o desconto sabido pela prática terapêutica em que se especializaram e convivo com os
chapas de turno. Quando sair da esquadra, venho são e como novo. Os psiquiatras de consultório e de manicómio que se cuidem. Reconvertam-se em polícias, enquanto há vagas.