Ali está o mastodonte de pedra com grades à volta, ostentação vitoriana no seu pior, bunker piroso de um império que já foi, sinal de uma monarquia fora de tempo, aquecida em micro-ondas, com uma senhora com ar de tia chegadinha da província para tomar o chá e cuja principal reinação, em termos de assunto de Estado, é aturar os desatinos de um filho herdeiro a puxar para o tonto pois que nem snob consegue ser.
São isto, as monarquias
faz de conta com que algumas democracias europeias se enfeitam, provavelmente por falta de ranchos folclóricos com maneiras e talentos que poupassem, na rubrica do estadão de tradição, uns bons e úteis dinheiros aos cofres onde se acolhem as moedas dos impostos.
Ali, o que lhes vai valendo, para arregalar os olhos dos mirones, é a dança do render da guarda, com os soldadinhos de casaca vermelha a sacudir o frio com passos ritmados e segurando carapuços de peluche enfiados pelas orelhas abaixo.