
Cedinho, a percorrer o risco do penteado de Saint James Park. O frio gela mãos e pés, implica com o nariz para acabar a formar cristais na ponta, ameaça cortar as orelhas e aparar o cabelo. Alguns abaixo de zero, dissera bem cedinho uma senhora na televisão que entrara quarto dentro. O
green estende-se a disfarçar o verde, com a alcatifa de geada a fazer propaganda do império do calendário. Resulta num
verde baço que é o mais genuíno dos
verdes, sobretudo quando eles vestem às riscas. A luz coada do sol finge que vai vencer. Mas nega-se à goleada, quer é reinar no jogo de prismas com os reflexos estendidos nas copas desgrenhadas das árvores de folha caduca, imitando velhotas cabeludas em saída da cama.
Patos, irmãos, primos e outros com ar mais de enteados que de compadres, asas caídas, debicam, entre os cristais de gelo, à procura de sementes com um ar profissional e programado de quem as julga ali propositadamente perdidas para recolhas aprazadas.
Num repente, dá a maluca na malta com penas, tudo esvoaça como se o tempo fosse de se ser livre. Misturam-se água, luz, asas abertas, bicos em riste, patas penduradas. Os anarcas chegaram ao poder? Como assim? Claro que não. Para tudo, há a sua festa. Esta é a festa possível - boa, calma e fresca - que o Inverno, com peneiras de Sir, pendura em Saint James Park.
Thanks.