
Mudança de ano, mudando a vida como se possa. Tentando-a aguentar, pelo menos. 2004 foi um ano que cansou os portugueses, sobretudo porque ficámos, todos, um bocado mais medíocres. Mais que mais um ano adiado, foi um ano gasto sem proveito e nenhuma glória. Um ano de recreio, com o País entregue a traquinas levianos e a arrivistas sem peias. Um ano com o brilho baço do faz-de-conta. E nós cada vez mais atrasados. Mais curtos. Mais desconsolados. Mais fartos. Mais chatos.
2005 pode ser o ano da retoma da esperança. Pode. Se não acreditarmos nisso, acreditamos em quê? Porque, depois do 2004, quase só nos resta o nada.
Assim, a esperança, mais que tudo, mais que ilusão, mais que sonho, é uma necessidade.