![mstra313[1].jpg](http://agualisa.blogs.sapo.pt/arquivo/mstra313[1].jpg)
Breve paragem numa
área de serviço. Sobretudo para quebrar a rotina estúpida da auto-estrada e armazenarmos mais uma dose de cafeína. Na mesa, abanca uma senhora idosa mas de olhar firme e penetrante, destoando com as rugas da cara, bem agarrada à sua chávena de café com leite, desirmanada do grupo que a puxou para viagem.
Num repente, fixa-me nos olhos e pergunta à minha mulher, sentada ao seu lado:
o seu marido não é o filho da Tia Idalina? Pedimos que repita a pergunta, o que ela faz, com sinais de fastio, acrescentando
da Tia Idalina, a que mora no cimo do povo. Explicamos que não. Ela continua a fixar-me, nada convencida, como se vê pelo olhar. Sinto-me na necessidade de conciliar, aquietando-a
não, não sou o filho da Tia Idalina, só sou parecido com ele.
A senhora que mora na terra da Tia Idalina, levanta-se e junta-se ao seu grupo. Eu não escapo a umas últimas miradas desconfiadas de quem não gosta de ser contrariada nas suas convicções mais profundas.
Uma auto-estrada também serve para sabermos que temos sósias. Ou como, irremediavelmente, o mundo, por vezes, se nos torna tão pequeno que cabe dentro das mãos que habitam uma aldeia.