
E, num repente, aqui fiquei plantado, feito basbaque, mais abandonado que um pestilento declarado e certificado, esperando por Sócrates.
Já desanimado por demais, como se a política fosse ver comboios a passarem, cheio de cicatrizes de tropelias medíocres, aqui fiquei, feito parvo, à espera de Sócrates.
Sem gosto nem folia, desistente da esperança em desbunda, o Jorge pôs-me de quarentena, enquanto o Jerónimo era graduado em Ortodoxo Geral, além de que o Pacheco, o Marcelo, o Aníbal, o José Manuel, o Vasco, mais o pequenino de Fafe de que se foi a lembrança do nome, tomaram o lugar da alternativa no mesmo, como se não houvesse outra cor além da laranja. E eu, suspirando pelo Sócrates.
Gramei paciente que o bebé de touca leviana levasse a primeira bofetada para começar o choro ensaiado e previsto de baba e ranho, pedindo mimos como paga da borrada. E eu a ver se o Sócrates passava.
Foi por um triz que não adormeci metido no pesadelo de pensar que o Luís Delgado tinha feito um golpe de estado e, qual eugenista do século XXI, decretado que os portugueses tinham a fatalidade marcada de serem santanetes. E o Sócrates sem aparecer.
É demais. Aparece Sócrates! Ao menos, diz que existes.