Sexta-feira, 11 de Fevereiro de 2005
![Mandela_94[1].jpg](http://agualisa.blogs.sapo.pt/arquivo/Mandela_94[1].jpg)
Parece que foi ontem. E já lá vão 15 anos. A liberdade faz correr o tempo. Só a escuridão da repressão e do medo transformam os minutos em horas. A liberdade torna o bem em banal, enquanto o domínio leva-nos a imaginar tudo como sonhos de desejo, sendo que o medo nos faz perder o merecimento de viver porque as horas pesam como chumbo.
Hoje, Mandela é um ancião sábio na reforma que ensina sorrisos aos outros. Mas continua com uma força que vem da origem do mundo. Com o poder místico do carisma do exemplo. Uma autêntica estátua viva.
A figura de Mandela é maior que o tamanho deste mundo. E nós devíamos merecer não celebrar Mandela. Ele devia ter sido, se tivéssemos sido capazes de decência, um pacato, normal e estimado cidadão, um advogado conhecido pelos seus familiares, amigos, vizinhos, clientes e alguns mais. E agora ser apenas um velho com a fama maior das brincadeiras com os netos e mais uns tantos velhos e novos a gostarem da sua companhia e das suas histórias sobre a África profunda.
A grandeza de Mandela é minha e nossa vergonha. Recuso-me a limpar as mãos da minha quota de responsabilidade por
aquilo que deu fama a Mandela e o transformou em nosso herói.
De Joo a 12 de Fevereiro de 2005 às 01:06
Obrigado Robson pelas suas simpáticas palavras. Abraço.
Seu blog é muito interessante. O conteúdo chega a ser pertubador, às vezes. Mas, nunca, hipócrita. Parabéns, pelo conteúdo sincero desta página. Amplexos, do Brasil.
De Joo a 11 de Fevereiro de 2005 às 22:47
O Amaral deve ter lido á pressa e então não leu o que escrevi. Eu disse que Mandela tinha o direito - se todos NÓS não tivessemos permitido o apartheid - de ser "apenas um velho", ou seja, nem sequer ter sido incomodado na sua pacatez de cidadão. Ninguém nasce para sofrer como "bandeira". São circunstâncias extremas que fazem com que a homens excepcionais lhes calhe o papel de "bandeiras". E quanto às circunstâncias, todos nós somos responsáveis. E adorar "bandeiras" porque são "bandeiras" também pode ser uma maneira de sacudir a água do capote. Eu não o faço.
De jose antnio a 11 de Fevereiro de 2005 às 22:15
O ícone do séc. XX. Por aquilo que lutou, por aquilo que sofreu, por aquilo que fez.
De
Amaral a 11 de Fevereiro de 2005 às 22:07
Apesar de tudo, nem o tempo fará esmorecer a gratidão de quantos se aperceberam da sua obra. Mandela não é "apenas um velho"! É e será uma bandeira!
De IO a 11 de Fevereiro de 2005 às 17:23
OBRIGADA por este 'post', João!
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